sábado, 25 de dezembro de 2010

Despedida.

A mensagem era basicamente essa: esqueça as coisas que ficaram para trás, ou então, avance para que elas não te alcancem. A mensagem era essa desde o começo do começo, desde o dia 1 do calendário mundial, desde os primeiros pensamentos na consciência de alguém. A mensagem era essa porque desde sempre nós estamos precisando recomeçar. E a mensagem também era essa porque uma coisa é certa: as coisas velhas, que você já jogou fora, que você já deletou, que você já rompeu, que você já descobriu que não te fazem bem, tudo isso, todo esse grande sacão de lixo, sim, vira e mexe vai voltar para porta da sua casa. É inevitável, né? Tudo isso que tá escrito aí em cima parece uma ótima tradução dos seus problemas, mas não precisa muito pra entender que é uma péssima verdade a ser enfrentada. É como se a gente pensasse ” tá, grande coisa, então a vida é isso? O eterno exercício de separar os lixos da minha vida, ter o trabalho e a disposição de colocá-los pra fora de casa e me preparar para o momento em que eles me assustam e se vingam da minha alegria?!” Será que é isso? Será que o futuro que você tanto quis fazer é pegadinha? Do que adiantou cantar acreditando, chorar pra entender, ocupar suas horas com guerras, gastar seu sapato em caminhos não tão confortáveis.. Será que as coisas que saíram da boca de Deus eram isso mesmo? Houve um erro de comunicação no meio do processo e você teve que entender que Deus não tem muito a ver com o que você pensa, com a sua verdade, nem com o que você planejou? Conversão soa mais como um desencontro do que com encontro? Cura passou a ter cheiro de sangue e os sintomas não sumiram? Servir passou a ter jeito de peso, de desconforto? Abrir o coração ficou bobinho demais?
Bom, pra começar, a verdade não tem versões. A verdade É. Mas aqui existe uma linha bem tênue, porque é fácil você concordar com tudo isso e achar mesmo que Jesus Cristo foi um mal entendido na sua vida, e resolver seguir com os planos que você mesmo fez  (e que diga-se de passagem, são muito bons!). Mas mesmo assim, não dá pra se jogar 100% na sua escolha sem aqueles 0,99% de questionamentos internos, dá? Claro que não! Porque a vida não é tão matemática assim. Porque você não é de tudo uma resolução fácil de efetuar. Você é uma pessoa com marcas, com um coração de carne, de alma e de espírito. E não é só porque o seu plano é bom, que ele é o melhor. Não é só porque a sua intenção é sinceramente boa, que ela é a certa. É fácil e cômodo você pensar que sim. Existem até pessoas que vivem dessa meneira, que aceitam seus próprios motivos e concordam em ser convencidos por eles diariamente. Que acham na Terra um jeito simples de viver e que buscam não pensar muito nas coisas, porque se pensarem vão ter que abrir mão do que pensam, vão ter que se arriscar e quem sabe sofrer. Vão ter que entender que por trás de tudo existe sim um propósito pulsante, uma morte querendo viver, uma inquietação no espírito que na verdade é a busca pela verdade, pela vida, por um caminho que seja diferente de todos os outros. Claro, você pode viver assim, no café com leite, dominar a sua vida com um joystick e não com as decisões. Mas você percebe que a dispeito da sua opinião sobre Deus, sobre o universo, sobre a sua vida, a sua família, seus amigos e suas feridas, existe ainda uma escolha que precia ser feita? Ninguém muda isso! Você pode concordar com pretextos e fazer deles a sua inspiração, ou então você pode avançar começando com um primeiro passo: dar um pontapé, um chute na bunda e expulsar suas experiências com Deus da velha salinha da emoção. Porque seja sincero: depois de tanto tempo andando com Deus, você não acha entediante que ele só conheça a salinha da emoção que você construiu com modos, religiosidades, limites e valores humanos?
Pode parecer forte ler isso. Acho que é forte, mesmo. Mas sabe de uma coisa? A salinha da emoção, por mais confortável que seja, não é e nunca será o quarto de cima. A suíte do dono, o lugar onde ele é ele. Não é o lugar onde você anda de pijama e meia, não é onde você conta os seus segredos. A salinha da emoção acomoda flmes, livros, beijos, fotos, viagens, família, experiências e tudo isso é legal, mas pra Deus morar em você, talvez ele queira descansar. Talvez queira mais espaço. Já perguntou isso pra eles? Jáperguntou isso pra você? Chega uma hora em que você precisa levar a sua relação com Deus para outro nível. Um nível a mais de maturidade, um nível a mais de aprender a abrir mão de algumas coisas porque isso faz parte de qualquer evolução, um nível a mais de um nível a menos de você, dos seus confortos, das suas explicações, das suas experiências rasas. Você pode ser mais profunto? Você pode ser mais intenso no altar? Você pode ousar acreditar e falar coisas que ainda não acredita que podem ser feitas? Chega uma hora em que você descobre que você é um só. E que a sua vida não vai a lugar algum sozinha. Ou você avança ou então você não consegue deixar nada para trás.
E é nesse ponto que esse texto vira um recomeço: ainda que o lixeiro devolva o lixo na sua cara, ainda que ele vomite suas culpas no seu jardim, e acuse você de ser o maior produtor de lixo da vizinhança, se você estiver avançando, você não vai ver. Se você estiver avançando você estará esquecendo. Enquanto você estiver mostrando novos cômodos da casa para que a vida crie uma rotina dentro dela, o carnaval de vexame que rola lá fora não afetará tanto a sua coragem. A mensagem é essa: ocupe-se com a probabilidade certa. E a probabilidade certa é que ainda há tempo de escolher entre a emoção e a marca. Entre o mimimi e a cura. Entre o afeto e o amor perfeito. O lixeiro está ao redor da sua casa, ele quer jogar lixos antigos ele quer desamassar aquelas fotos, ele quer ler seus diários antigos só pra te expor, mas a mensagem é essa: os sacos de lixo você ocupa com lixo, e a sua mente você ocupa com a idéia de que é preciso e possível esquecer algumas coisas. Não leve as segundas chances para o saco de lixo, e não leve o lixo para a sua cabeça. Assim você não avança, e sem avançar é difícil demais de esquecer. Deus não pediria para você avançar só pra ver você correndo sem rumo. O primeiro passo da corrida já é um bom motivo para quem precisa de um renovo: você deve corrar, pra que as coisas que te enchem o saco agora, fiquem para trás, e cada vez menores, e cada vez mais vagas e cada vez mais fracas. E enquanto isso, você correndo já terá conhecido novas fronteiras. Corra para novas experiências, corra os olhos sobre novas palavras, corra outro sangue nas suas veias, corra para não engordar seu espírito com petiscos frios da salinha da emoção. Deus não é visita, Deus é de casa.
Que hoje você seja essa pessoa, e eu também. Ao invés de estagnadas nos bons pretextos e desculpas, que nós sejamos os que gastam a vida subindo e descendo as escadas internas, só para apresentar os novos cômodos da casa a um morador que mereça mais conforto. E que o que você apresenta a ele seja infinitamente maior e melhor do que só as emoções.
E finalmente, que ao invés de 0,99% de questionamentos, você tenha uma fé 0,99%, e acredite piamente que ela é o bastante para transportar os montes. Ainda que sejam montes de lixo. Se até os montes se movem em novas direções, porque você não poderia avançar mais um pouco e tentar novos passos?

Nós dois,


Eu amo o cheiro do seu cabelo, eu amo o nosso amor assim sem dor de cotovelo. Vamos pra bem longe daqui, o vira-lata e a gata, meu bem pode levar o novelo. O nosso amor não é só de pele e de pêlo, se quiser ter um neném... Tudo bem, vamos tê-lo. O nosso amor vai da água pro vinho, às vezes é feito baixinho, às vezes acorda o vizinho. Penso em você o meu coração se aquece, penso em nós dois e as peripécias da espécie. Esquece a nossa última briga lembra o primeiro beijo e ouça aquela canção. Eu não quero brigar mais não, eu quero você todo pra mim, vou começar pedindo a tua mão. Você é aquele que o meu coração habita, único e favorito. Estrela da minha vida e da minha escrita. Eu fico sorrindo de orelha a orelha, você com a pele bonita que fica sempre vermelha quando eu te amo de forma infinita, somos Bambam e Pedrita *-* Eu quero um homem normal do povo, não quero uma muleque global de novo. Quero uma homem que me ame no natal e no ano novo. Amor no caviar, no pão com ovo, namoro num Fusquinha ou num Volvo. Eu quero você todo pra mim, vou começar pedindo a sua mão.