sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tributo.



“Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.”
Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Novo Começo.



Acho que o maior mistério do amor é quando ele acaba e como agimos depois do fim. Quando reconhecemos que nem vale o esforço de reclamar, tampouco sentir ciúmes.
Alguns diminuem o amor de propósito para não sofrer com ele. Elabora, cria, inventa uma versão para provar que ele não existiu. Apenas deixam escapar, sumir, desaparecer, para não se atrapalhar. Confesso que sou atrapalhada como um caipira perdido na cidade grande, daqueles que acredita em qualquer espertinho com o sorriso simpático e que sonha com o grande amor verdadeiro.  Há gente que sonha com um amor pequeno, que não abale as estruturas. Que esteja próximo, mas não fale alto, que esteja perto, mas não influencie, que seja chamado quando se tem vontade e seja desfeito quando não serve mais. Tem também aqueles que forjam o fim, sem mistério. Que trocam o homem para não mudar a rotina. Que culpa o amor por não dar conta dele, que ama pedindo desculpa por não amar.
E o desprezo não vem dessas mini relações. A mulher só sente desprezo por quem ela amou demais. É possível sentir desprezo por pai, mãe, ex-namorado, de quem se esperava muito. A outra coisa que a gente sente é indiferença. O desprezo é uma inexistência. Não é que o erro foi ele nascer, ele sequer pensou em existir. Não como um espaço que ficou vazio, mas um espaço que jamais foi preenchido. A indiferença é a fila andando, passando um por vez, cada vez mais acelerado, sem hesitar em jogar tudo fora e substituir, apenas substituir. Não é que sempre tem um espaço, é que nunca tem espaço fixo. De vez em quando surge um espacinho ali, outro aqui. Indiferença é quando o tamanho do seu espaço é do mesmo tamanho do meu.
A mulher só recorre á essas medidas, quando um relacionamento acaba. Quando a mulher tá sendo fácil é porque a vida tá difícil. É fácil enxergar a mulher canalha que ela virou, porque ela nem se da o esforço de esconder. Sem dar importância pro que eles vão pensar, agindo sem medo, sendo o reflexo dos homens. Temos a incompetência de ser o que mais criticamos. Isso não faz do homem mais ímpio do que a mulher. Não torna ninguém melhor que ninguém e sim um pior que o outro.
Nós não nascemos para viver sozinho. Cabe a cada um saber lidar com o fim do começo. Como se no lugar do ponto final, fosse colocado uma vírgula, para aprendermos a crescer e lidar com problemas maiores. Não existe sempre um fim certo, e sim, sempre um novo começo.
 

 “Por que se preocupar com tão pouco, pra que chorar se amanhã tudo muda de novo”

Capital Inicial

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O amor é público.




Existem casais que não fazem propaganda do amor. Não expõe vantagens, não se elogiam em público, não descrevem o que ele ou ela preparou no dia anterior, não geram ciúme, muito menos inveja entre os amigos. São os casais ideais, certo? Talvez durem para sempre, o que não traduz perfeição.
Não tem como ser feliz sem merchandising do que está vivendo. Sem fofoca. Sem contar um pouco mais. É pensar e divulgar.  O amor é público, desde quando se estendeu a mão pela primeira vez com muito nervosismo para andar na rua com ela.
Não existe como disfarçar. Sensibilidade controlada é indiferença. 
O maior trauma afetivo é a falta de amor pelo amor. Quando os dois se amam, mas estão descontentes por amar. Não desejavam estar amando. Como uma maldição: por que foi acontecer comigo logo agora? É como uma companhia não apropriada, ou que não devia ter surgido naquele momento, é bem capaz de atrapalhar os estudos ou o trabalho. Ou porque perderemos tempo e a agilidade que tanto nos caracterizava. Não identificam que tem o mais complicado, e o restante é simples: um torpedo, um cartão, uma cartinha, um colo. 
Amam ao mesmo tempo que odeiam. Amam ser, odeiam estar. Por aquilo que a convivência exige, pela conversa truncada, pelo ciúmes passivo e sempre existente, pela dependência odiosa e fria.
Quem ama alguém, mas não ama o amor, não terá paciência. Quer se livrar do amor não do outro, mas o amor está no outro que acaba pagando a conta. Não consegue se separar, tampouco se entregar verdadeiramente.  Quando está em paz, enlouquece. Quando está perto, está longe. Quando a declaração romantica vira uma ironia. Quando não é mais dito o amor, e é cuspido os defeitos.
Mas minha reflexão não acaba aqui. Pior do que não amar o amor e amar a pessoa, é amar o amor e não o outro. Ficar com alguém só por acreditar no amor verdadeiro  é pura representação do contrário. Amor verdadeiro não é particular, quando você ama você declara á todos. No seu olhar, no sorriso, em cada gesto de delicadeza e sensibilidade.  De tão grandioso, não cabe dentro de nós mesmos. O amor sempre será maior que nós e sempre seremos menores que o amor. 
Ou é fiel a si mesmo, e se faz  grande o suficiente para não caber mais ninguém. Ou você se apequena, para viver um amor maior que você.

“Vivemos tempos de loucos amores, só é feliz quem sabe o que quer”
Charlie Brown Jr.